Martes, 05 de octubre de 2010

La llamada a la misi?n no se dirige exclusivamente a un restringido grupo de miembros de la Iglesia, sino que es un imperativo dirigido a todos los bautizados, un elemento esencial de su vocaci?n”. Lo ha se?alado el Santo Padre Benedicto XVI en la audiencia con los Obispos de la Regi?n Norte 1 y Noroeste de la Conferencia Episcopal de Brasil, el 4 de octubre, en ocasi?n de su visita ad Limina Apostolorum. (Fides)

Caros Irm?os no Episcopado,

? com muita satisfa??o que vos dou as boas-vindas, Pastores dos Regionais Norte 1 e Noroeste da Confer?ncia Nacional dos Bispos do Brasil, por ocasi?o da vossa visita ad Limina Apostolorum. Agrade?o a Dom Moacyr Grechi pelas suas am?veis palavras e pelos sentimentos expressos em vosso nome, ao mesmo tempo em que asseguro que vos tenho presente diariamente nas minhas ora??es, pedindo ao C?u que sustente e torne fecundos os esfor?os que fazeis ? muitas vezes carecendo de meios adequados ? para levar a Boa Nova de Jesus a todos os cantos da floresta amaz?nica, conscientes de que "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim 2,4).

Deus pode realizar esta salva??o por vias extraordin?rias que somente Ele conhece. Entretanto, se o seu Filho veio, foi precisamente para nos revelar, pela sua palavra e pela sua vida, os caminhos ordin?rios da salva??o; e Ele mandou-nos transmitir aos outros essa revela??o, com a sua pr?pria autoridade. Sendo assim, n?o podemos furtar-nos a este pensamento: os homens poder?o salvar-se por outras vias, gra?as ? miseric?rdia de Deus, se n?o lhes anunciar o Evangelho; mas poderei eu salvar-me se por neglig?ncia, medo, vergonha ou por seguir id?ias falsas, deixar de o anunciar?

Por vezes deparamos com esta obje??o: impor uma verdade, ainda que seja a verdade do Evangelho, impor uma via, ainda que seja a salva??o, n?o pode ser sen?o uma viol?ncia ? liberdade religiosa. Apraz-me transcrever a reposta pertinente e elucidativa que lhe deu o Papa Paulo VI: "? claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa ? consci?ncia dos nossos irm?os. Mas propor a essa consci?ncia a verdade evang?lica e a salva??o em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas op??es livres que essa consci?ncia far? ? e isso, sem press?es coercitivas, sem persuas?es desonestas e sem alici?-la com est?mulos menos retos ? longe de ser um atentado ? liberdade religiosa, ? uma homenagem a essa liberdade, ? qual ? proporcionado o escolher uma via que mesmo os n?o crentes reputam nobre e exaltante. (?) Esta maneira respeitosa de propor Cristo e o seu Reino, mais do que um direito, ? um dever do evangelizador. E ? tamb?m um direito dos homens seus irm?os receber dele o an?ncio da Boa Nova da salva??o" (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 80).

"Ai de mim, se eu n?o anunciar o Evangelho!" (1 Co 9,16) exclamava o Ap?stolo das gentes. O desejo de anunciar o Evangelho nasce de um cora??o enamorado por Jesus, que anela ardentemente que mais pessoas possam receber o convite e participar no banquete das Bodas do Filho de Deus (cf. Mt 22,8-10). De fato, a miss?o ? o desbordar da chama de amor que se inflama no cora??o do ser humano, que, ao abrir-se ? verdade do Evangelho e deixar-se transformar por ela, passa a viver a sua vida ? como dizia S?o Paulo ? "na f? do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim" (Gal 2,20). Conseq?entemente, o chamado ? miss?o n?o ? algo destinado exclusivamente a um restrito grupo de membros da Igreja, mas um imperativo dirigido a cada batizado, um elemento essencial da sua voca??o. Como afirmou o Conc?lio Vaticano II: a "voca??o crist? ?, por sua pr?pria natureza, voca??o ao apostolado" (Decr. Apostolicam actuositatem, 2). Neste sentido, um dos compromissos centrais da V Confer?ncia do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que tive a alegria de iniciar em Aparecida, em 2007, foi o de despertar nos crist?os a consci?ncia de disc?pulos e mission?rios, resgatando a dimens?o mission?ria da Igreja ao convocar uma "Miss?o Continental".

Ao pensar nos desafios que esta proposta de renova??o mission?ria sup?e para v?s, Prelados brasileiros, vem-me a mente a figura do Beato Jos? de Anchieta. Com efeito a sua incans?vel e generos?ssima atividade apost?lica, n?o isenta de graves perigos, que fez com que a Palavra de Deus se propagasse tanto entre os ?ndios quanto entre os portugueses ? raz?o pela qual desde o momento de sua morte recebeu o ep?teto de Ap?stolo do Brasil ? pode servir de modelo para ajudar as vossas Igrejas particulares a encontrar os caminhos para empreender a forma??o dos disc?pulos mission?rios no esp?rito da Confer?ncia de Aparecida (cf. Documento de Aparecida, 275).

Contudo, os desafios do contexto atual poderiam conduzir a uma vis?o reducionista do conceito de miss?o. Esta n?o pode ser limitada a uma simples busca de novas t?cnicas e formas que tornem a Igreja mais atrativa e capaz de vencer a concorr?ncia com outros grupos religiosos ou com ideologias relativistas. A Igreja n?o trabalha para si: est? ao servi?o de Jesus Cristo; existe para fazer que a Boa Nova seja acess?vel para todas as pessoas. A Igreja ? cat?lica justamente porque convida todo o ser humano a experimentar a nova exist?ncia em Cristo. A miss?o, portanto, nada mais ? que a conseq??ncia natural da pr?pria ess?ncia da Igreja, um servi?o do minist?rio da uni?o que Cristo quis operar no seu corpo crucificado.

Isso deve levar a refletir que o esmorecimento do esp?rito mission?rio talvez n?o se deva tanto a limita??es e car?ncias nas formas externas da a??o mission?ria tradicional quanto ao esquecimento de que a miss?o deve alimentar-se de um n?cleo mais profundo. Esse n?cleo ? a Eucaristia. Esta, como presen?a do amor humano-divino de Jesus Cristo, sup?e continuamente o passo de Jesus aos homens que ser?o seus membros, que ser?o eles mesmos Eucaristia. Em suma, para que a Miss?o Continental seja realmente eficaz, esta deve partir da Eucaristia e conduzir para a Eucaristia.

Amados irm?os, ao retornardes ?s vossas dioceses e prelazias, pe?o-vos que transmitais aos vossos sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas, catequistas e fi?is, a sauda??o afetuosa do Papa, que em todos pensa e por todos ora com grande afeto e firme esperan?a. ? intercess?o do Beato Jos? de Anchieta, que encontrava no Sacr?rio o segredo da sua efic?cia apost?lica, confio as vossas pessoas, as vossas inten??es e prop?sitos pastorais, para que o nome de Cristo esteja sempre presente no cora??o e nos l?bios de cada brasileiro. Com estes sentimentos vos acompanham a minha prece e a minha B?n??o Apost?lica.

[01331-06.01] [Texto original: Portugu?s]


Publicado por verdenaranja @ 16:47  | Habla el Papa
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